Impõe-se um recuo temporal para revisitar o problema da de! nição de mente. No ! nal do século XIX, Darwin enfatiza as semelhanças entre mentes humanas e não-humanas, sugerindo que as diferenças resultariam do grau e não do tipo (Darwin, 1871). Por outras palavras, a perspectiva de Darwin não previa uma descontinuidade das funções complexas entre humanos e não-humanos, mas um grau de diferencia-ção obtido pela combinação das capacidades cognitivas de alto nível, cada uma des-tas superior àquelas dos animais não-humanos. Apesar da propensão da comunidade cientí! ca para seguir esta tendência, até esta ideia basilar foi recentemente contestada (Penn, Holyoak, & Povinelli, 2008). Penn e colaboradores não questionam a partilha de mecanismos cognitivos similares entre humanos e outros animais. No entanto, sugerem que apenas os humanos possuem os processos representacionais necessários à rein-terpretação sistemática das relações perceptivas primárias. Mais especi! camente, esta reinterpretação seria efectuada em termos de estruturas relacionais de alto nível (i.e. complexas) semelhantes àquelas de um sistema simbólico.
cactineasexta-feira, 20 de novembro de 2015
Será que são estes processos relacionais simbólicos que de! nimos como cons-ciência? Apesar de esta palavra ser muitas vezes utilizada para sustentar a nossa sin-gularidade, a questão não é tão simples de resolver. Inúmeros cientistas e ! lósofos têm tentado caracterizar cosciência sem sucesso. A de! nição com maior aceitação é generalista e, apesar de pecar pela ausência de precisão, é aprovada pela maioria das escolas de pensamento.
Assim, usemos a de! nição de um ! lósofo moderno que, preo-cupado com a questão da relação mente/corpo, de! ne consciência como um fenómeno diferenciado da atenção, do conhecimento e da consciência de si (Searle, 1992). Este autor descreve consciência simplesmente como os estados subjectivos de ser cônscio. Estes têm início quando se acorda de um sono sem sonhos e prolongam-se até que o sujeito volte a dormir, ou ! que em coma, ou morra. Searle (1992) insiste em dois pontos.
O primeiro refere que a consciência é um fenómeno biológico. O segundo remete para a subjectividade da consciência, visto esta ser privada e resultar da interacção do Eu com o mundo. De acordo com Damásio (1999), a consciência do meio requer mais do que o input sensorial. Requer também uma interacção entre o input sensorial e o estado
No presente artigo, visamos apresentar uma abordagem introdutória trans-cultural aos conceitos de energia, gestão energética, performance, nível de prática e exercício, partindo da Fisiologia do Exercício. Pretende-se adaptar alguns dos conceitos fundamentais do exercício à
Actualmente, a tendência de universalização do conhecimento exige que seja feito um esforço para compatibilizar conceitos fundamentais da prática e do conheci-mento remoto e ancestral com a prática actual, ajudando a enquadrar os praticantes destas modalidades num referencial e num contexto necessariamente diferentes, mas essenciais para a experiência integral do yoga.
Ao observarmos a somos aparente mente conduzidos a um mundo diferente, lírico e nostálgico, despertando o nosso imaginário e alguma des-con! ança portudo o que é desa! ante e diferente. As posturas mantidas e o cuidado na respiração transpõem-nos para uma realidade quase mística. A antevisão de uma prática íntima e de auto-conhecimento gera, por um lado, a curiosidade e, por outro, a suspeição. Algumas actividades físicas advogam a utilização de mecanismos funcionais inexplorados ou de formas de energia únicas, não compreensíveis para os não-prati-cantes ou iniciados. Criam-se por vezes, involuntária ou intencionalmente, barreiras divisionistas que em nada colaboram para o desenvolvimento de práticas saudáveis. A nossa aposta é que o conhecimento poderá ser de todos aqueles que se esforcem por o adquirir. Em todas as culturas sobrevive o melhor que pode fornecer: há que saber ligar e tirar proveito a nível global.
Será que a energia que é gerida e regulada no domínio das posturas (âsana), transições e sequências de acções e no controlo concomitante da respiração (prâ-nâyâma) doé idêntica à de outras actividades de elevado nível de desempe-nho? Estaremos perante algo diferente, sem tradução no vocabulário ocidental da cultura motora?
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